:: Reporter JCCDiversidade e inclusão: abraçar essas causas aumenta ROIVany Laubé17/05/2018 14:44:00Com a pluralidade sendo
discutida a quatro cantos do mundo, a 21ª edição do Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias, que a
Mega Brasil Comunicação realiza até
hoje, no Centro de Convenções Rebouças,
em São Paulo, trouxe o assunto para discussão, visando medir o quanto marcas e
diversidades têm se relacionado. Na mesa redonda realizada esta manhã, sob
mentoria de Roberta Machado, diretora
Geral da In Press Porter Novelli, diretores
de Assuntos Corporativos da Dow e Pepsico falaram de suas experiências
depois que a assessora de imprensa da ONU Mulheres, Isabel Clavelin, apresentou dados sobre o quanto o mundo, em geral,
e o Brasil, em particular, precisam avançar para atingir os resultados
pretendidos para a Agenda Sustentável de 2030.
Roberta Machado introduziu o tema informando que atitudes corporativas
já vêm endereçando questões que a sociedade urge em termos de igualdade de
gênero. “Isso faz sentido num congresso de comunicação, porque a gente fala de
imagem de empresas. Construir imagem das empresas não se faz do nada, é preciso
ter como ponto de partida o espelho do que a empresa é, e não uma pintura ou
fotografia de um momento único e desenhado”, disse.
Antes dos espelhos,
porém, dados. Por ser negra, Isabel Clavelin
disse sempre ter tido em sua trajetória o envolvimento com movimentos políticos,
de comunicação e de questões de raça e gênero. Falou sobre a ONG Irmandade de Boa
Morte, da Bahia, que conquistou, pelas atividades realizadas, os selos Década
internacional de Afrodescendentes e Por um planeta 5050. “O Brasil é fundamental
na luta d=pela igualdade, porque os negros representam maior parte da população
– 56%. Em mulheres negras, somos 25% da população brasileira, é um número muito
significativo”.
Como as economias
falharam em garantir às mulheres seu empoderamento e o pleno exercício de seus
direitos econômicos e sociais, tanto nos países ricos como em países pobres,
cabe agora às ONGS, às empresas e à sociedade como um todo formular as políticas
econômicas que garantirão a transformação nesta direção, por mais que a precarização
do trabalho das mulheres venha diminuindo ao longo dos anos. “Ainda há muito o
que fazer”, disse. “Para chegar em 2030, à agenda de desenvolvimento
sustentável, deveremos começar as ações agora”, completou.
Embraçar a diversidade dá lucro
Pelas empresas, falaram
respectivamente, Matias Campodonico,
Diretor de Assuntos Corporativos na América Latina da Dow, e Regina Teixeira, Diretora
de Comunicação e Cidadania Corporativa da Pepsico.
Campodonico abriu sua fala mostrando
sua nova missão, que inclui a diversidade como meta: “Ser a empresa de ciência
dos materiais mais focada no cliente, inovadora, sustentável e diversa do mundo”. Para ele, sem diversidade não se atinge os outros
três pilares. Depois de mencionar que a rede de mulheres já tem 20 anos dentro
da empresa, tendo sido criada nos Estados Unidos, ele disse que diversidade faz
parte da empresa cujo CEO é um americano gay casado com um chinês.
Mas, para ele e toda a
companhia diversidade não é apenas fazer a coisa certa; traz resultados financeiros.
Quem abraça a causa da inclusão e da diversidade recebe mais colaboração,
inovação e o resultado é mais lucro. O percentual é de 35% a mais de retorno em
relação a outras empresas. “A experiência dos empregados reverte-se em clientes
mais felizes; isso gera melhores resultados para todos”, concluiu, não sem
antes mencionar outras experiências, como quatro diferentes redes que se unem
em intersecção e onde todo o conceito de igualdade evolui. “O objetivo da Dow é que, no futuro, não haja necessidade
de redes. Mas a realidade das cidades é diferente em cada país e por isso
sabemos o quão difícil é isso. Ao mesmo
tempo precisamos que os advogados das causas sejam mais tolerantes para
permitir essa união progressiva”, finalizou.
Para Regina Teixeira, Diretora
de Assuntos Corporativos da Pepsico, nunca antes se discutiu tanto sobre
diversidade e inclusão “e isso é muito bom para que outras vozes sejam ouvidas
também em todas as áreas da sociedade. Ainda que tenhamos um mundo diferente
aqui e lá fora, temos, como comunicadores a responsabilidade de fazer a
comunicação acontecer e se consolidar – o tema é transversal e a gente precisa
trabalhar juntos se a ideia é promover uma mudança real na sociedade civil”. Ela
destacou alguns alguns casos de como está vivendo isso dentro da Pepsico,
mencionando, em especial, um projeto para mulheres chamado Ready to come back
(depois de uma gravidez, por exemplo) o trabalho da campanha Doritos Rainbow (de
diversidade) e um processo de seleção de jovens talentos na empresa. “Quanto
mais a gente mergulha na questão, a gente entende que não sabe de nada, é
aprender e escutar o tempo todo – sempre temos novas perspectivas para essa
discussão e isso é muito rico. A escutativa das empresas tem que ser estimulada
para esse aprendizado constante, que vai gerar inovação e novas oportunidades à
sociedade. E é o comunicador que tem que ser o protagonista dessa transformação
– ao manter a escutativa e atuar com estratégias para gerar transformações”,
finalizou.
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