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Petrobras revela ações para resgatar reputação
João Pedro Andrade
17/05/2018 19:05:00

O encerramento do 21º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas, realizado pela Mega Brasil Comunicação no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, foi marcado pela posição corajosa da Petrobras e, principalmente, de Bruno Guimarães Motta, gerente executivo de comunicação e marcas da empresa. Tendo enfrentado sérias crises de imagem, engajamento e reputação desde os desdobramentos da Operação Lava-Jato, que envolveram a alta cúpula da empresa, Motta veio ao palco do Congresso palestrar sobre as novas ações de combate à corrupção e resgate de reputação que a empresa vem implementando nos últimos anos. Foi a conferência “A nova Petrobras – O resgate da reputação, dos negócios e da autoestima”.

Bruno Guimarães Motta traçou a linha do tempo que gerou a crise de imagem, se iniciando com a descoberta do pré-sal, em 2007 – um momento que colocou a Petrobras em destaque no mundo, como uma das empresas mais valiosas do período. No entanto, o período frutívoro não durou, vindo de encontro com a crise do petróleo de 2007 e 2008, que elevou o preço do barril para US$140. O desequilíbrio deixou a empresa com dívida de R$1.3 bi até a recuperação dos preços em 2014.

Não fosse o bastante, paralelamente, a empresa enfrentava uma crise interna, com diversos membros da diretoria de empresa sendo enquadrados pela Policia Federal durante os estágios da Operação Lava-Jato. O clima de traição e instabilidade acabou por gerar um forte clima de frustração da força de trabalho da companhia.

“A combinação da situação econômico-financeira da empresa com uma divida enorme como a gente viu, a dificuldade do dado momento de repasse dos preços do petróleo no mercado internacional, a situação de descontrole administrativo e problemas de corrupção que todos nós conhecemos, ainda com o desafio da baixa alto-estima do corpo de funcionários compunham um cenário de enorme desafio”, explicou.

Apesar do cenário, a empresa optou por uma forte reforma interna – para superar a crise, liquidar os casos internos de corrupção e devolver o prestígio aos seus funcionários. Novos processos e novas práticas foram instaurados, como a contratação de gerentes executivos especializados no combate à corrupção e o banimento da participação de políticos nos conselhos da Petrobras.

A empresa também estreitou as relações com a Polícia Federal, prestando todo o apoio em todas as fases de sua investigação. Atualmente, foi estipulado um acompanhamento da evolução patrimonial da direção da companhia e criou-se um canal de denúncias internas e externas, desenvolvida para punir culpados de malfeitos e construir uma nova cultura de prevenção.

Para liquidar a dívida, instaurou-se um forte programa de redução de despesas, assim como um forte investimento em novas parcerias que pudessem gerar mais investimentos e mais recursos financeiros e tecnológicos.

A Petrobras ainda se recupera de seu período de colapso. Porém, já começa a respirar mais tranquilamente frente ao sucesso do cumprimento das metas de extração em águas ultra-profundas e seus recordes sucessivos de produção de petróleo e gás. Talvez seja chegado o momento de pensar no futuro – no desenvolvimento de novas tecnologias, na transformação digital da empresa e no reposicionamento de marca. Somente assim, a Petrobras poderá resgatar a confiança da opinião pública – a mais valiosa moeda do mercado.



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