:: ArtigosQual o valor do trabalho voluntário?Giuliana Preziosi05/12/2019 10:11:00Foi em 1985 que a
Organizações das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 5 de dezembro como Dia
Internacional do Voluntário. De lá para cá é inegável que houve grande avanço
na promoção de ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade em todo o
mundo. E no Brasil não é diferente. Mas ainda é preciso despertar em cada
cidadão o sentimento de que é possível fazer a diferença individualmente.
Os brasileiros formam um
exército silencioso de quase 7,5 milhões de voluntários - o equivalente a 4,4%
da população com mais de 14 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostra
por Domicílios Contínua, divulgada pelo IBGE. Mesmo assim, o Brasil foi o pior
colocado na América Latina em 2018, segundo World Giving Index. Trata-se da
maior pesquisa sobre doação e mede o grau de solidariedade de várias nações.
Dessa forma, esse
despertar para o protagonismo do brasileiro é um dos principais desafios do
voluntariado hoje. Com tanta notícia ruim chega a ser natural pensar
que não há nada a ser feito. Essa sensação de impotência geralmente prejudica
nosso bem-estar e qualidade de vida, porque provoca sentimentos
infelizes.
E está mais do que provado
cientificamente que ajudar alguém traz reações fisiológicas que desencadeiam
uma série de benefícios ao corpo e à mente, como menos reatividade ao
estresse, menor resistência à insulina, níveis mais altos de colesterol
HDL ("bom"), melhor sono e padrões de atividade cerebral que
foram associados a níveis mais baixos de depressão.
Um bom modo de promover
uma reflexão sobre esse protagonismo é começar por entender a definição da
palavra “voluntário”. Antes de mais nada, vale a pena recorrer ao dicionário.
No Houaiss, aprende-se que "voluntário" significa aquele que age por
vontade própria. Daí a importância da data ao celebrar a pessoa que decide
integrar o voluntariado.
Outra reflexão necessária
é sobre a causa para a qual se decide atuar. As primeiras perguntas que
devem ser respondidas passam por qual motivação; o que gosta de fazer;
quais os seus valores; que habilidades e talentos serão oferecidos; qual
disponibilidade de tempo; com que público gostaria de atuar; em que área e
local irá contribuir; e, finalmente, qual ação ou atividade a se realizar.
Quem faz trabalho voluntário tem consciência de que não consegue
resolver todos os problemas, mas que pode fazer muita diferença para um
determinado grupo. É essa visão, de que vale a pena se aproximar de quem é
diferente, de se importar com o outro, que faz o voluntário ser cada vez mais
valorizado por todas as organizações.
O movimento do voluntariado é um dos principais
pilares do terceiro setor, que atua para promover o desenvolvimento social.
Esse voluntariado engajado não deve ser confundido com nenhum tipo de
assistencialismo, pois tem como objetivo despertar as pessoas para os seus
direitos como cidadãos e também para a força que elas passam a ter quando se
organizam.
Como se vê, os desafios são muitos, mas esses fatores acima
descritos precisam ser amplamente compreendidos para dar força ao
movimento. É uma troca, ganha quem recebe apoio e também ganha quem é
solidário.
7 dicas para ser um voluntário
- Doe
tempo e talento
- Tenha
a sua causa e o seu porquê
- Faça
junto e não sozinho
- Pense
no longo prazo
- Opte
pela transformação
- Busque
Instituições sérias e de confiança
- Aproveite,
utilize e potencialize os meios a sua disposição
FONTE: Conexão Trabalho
Giuliana
Preziosi é sócia da consultoria Conexão Trabalho,
graduada em Comunicação Social com especialização em Planejamento Estratégico
pela Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), MBA em Gestão da
Sustentabilidade e mestranda pela Fundação Getúlio Vargas. Atuou na área de
Sustentabilidade e na criação de Programas de Voluntariado de grandes
companhias e é membro organizadora do Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial
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